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| <![CDATA[<p style="text-align: justify;"><em>Por Paula Soubre</em></p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align: justify;">Capitão Diogo Barros, de 34 anos, é servidor público do estado há 13 anos. Policial militar desde 2007, trabalha como chefe de equipe de fiscalização da Operação Lei Seca há seis anos e meio.</p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align: justify;">Durante a pandemia, as blitzes de fiscalização foram suspensas. O trabalho passou a ser focado na conscientização sobre como se proteger contra a Covid-19 e sobre a segurança no trânsito, além da atuação na gestão e logística do mutirão humanitário, realizado pelo governo do estado.</p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align: justify;"><br />
Para ele, trabalhar durante a pandemia foi um grande aprendizado. “Nesse período, passamos a integrar o Mutirão Humanitário, que é completamente diferente do que estamos acostumados a lidar diariamente nas ruas do estado. A nossa missão continuava em salvar vidas, entretanto em outra frente, com novas dinâmicas e responsabilidades. Ficamos incumbidos de receber, estocar, realizar a guarda e distribuir as cestas básicas para as famílias que se encontravam em situação de vulnerabilidade social devido à pandemia do novo coronavírus”, explica.</p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align: justify;"><br />
A trajetória do capitão Barros com a Operação começou em 2014, quando aceitou o convite para integrar a equipe. Desde então, contribui na missão de salvar vidas fiscalizando motoristas que tenham ingerido bebida alcoólica. “Aceitei com imenso orgulho e passei a chefiar uma equipe de fiscalização. Em 2014, a operação já estava nas ruas há 5 anos e, mesmo assim, boa parte da população fluminense ainda resistia em entender a importância de nosso trabalho”.</p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align: justify;"><br />
A Operação Lei Seca, que teve início em 19 de março de 2009, é uma política pública do governo do estado. “Observei que a operação se tornou necessária para salvar vidas e que conseguiu uma façanha que, arrisco dizer, outro projeto dificilmente irá superar, que é a mudança de comportamento. Os hábitos dos cidadãos mudaram de alguns anos para cá. Antigamente, era normal observarmos condutores que realizavam ingestão de bebida alcoólica. Hoje, a Operação Lei Seca sempre é citada e, de certa forma, até colaborou para a difusão dos motoristas de aplicativos e táxis durante o período noturno, assim como a interiorização dos bares, gerando também empregos diretos e indiretos”, explica.</p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align: justify;"><br />
Capitão Barros e sua prima, que mora com ele e trabalha em um hospital, tiveram que optar por não ter contato com outros familiares. “Adotamos o distanciamento, pois tínhamos que sair de casa todos os dias. Minha filha completou 10 anos em maio e, desde o ano passado, ela falava em realizar uma festa de aniversário. Quando houve a comunicação que a tão sonhada festinha não poderia ocorrer, ela teve uma grande frustração. Foi preciso muita explicação até que ela conseguisse compreender que o significado de cuidar, neste momento, seria justamente o afastamento social. Isto é, o estar presente com o intuito de nos sentirmos preenchidos com a simples proximidade daqueles que nos fazem sentir acolhidos, este ano era justamente o contrário, ou seja, o estar ausente era, agora, um gesto de amor”, conta.</p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align: justify;"><br />
Para o policial, a simples presença da Operação nas ruas já contribui para um trânsito mais seguro. Ele conta que uma abordagem de um motociclista em São João de Meriti o marcou muito. O condutor e a carona, que era sua filha e tinha 12 anos, estavam sem capacetes e o motociclista afirmou ter ingerido bebida alcoólica. O destino deles era o município de Queimados e teriam que trafegar, à noite, por volta de 30 Km, em uma rodovia federal.</p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align: justify;"><br />
“Além de ter a moto removida, a CNH recolhida e as notificações, o condutor foi devidamente orientado, com a finalidade de conscientizá-lo sobre os atos irresponsáveis cometidos. Ao final, mesmo com todos os prejuízos, ele refletiu sobre suas ações e começou a chorar e pedir desculpas à sua filha. Ao sair, nos saudou com um muito obrigado por termos protegido quem ele mais amava. Era um dos meus primeiros serviços e, neste dia, fui para a minha casa com o seguinte questionamento: “será que a abordagem salvou a vida desta criança neste dia?”. Ao acordar tive a certeza que a nossa simples presença salva milhares de vidas e quanto a isso não há melhor recompensa”. Contou o capitão.</p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align: justify;"><br />
Para o capitão Barros, todos estão aprendendo com a pandemia e irão se readequar as novas prioridades. “O exercício pela busca do maior autoconhecimento me ajudou a compreender que o que nos move é justamente a vontade de nos fazer presente e poder contribuir para o bem-estar do próximo. As tarefas do dia a dia acabavam nos fazendo esquecer sobre algumas de nossas atitudes egoístas, como nunca encontrar tempo para visitar um familiar ou amigo, pois outra tarefa mais urgente sempre batia a nossa porta”.</p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align: justify;"><br />
Neste período, ele começou a questionar o que era realmente importante. “Foi justamente esta pergunta que busquei refletir neste tempo em que gostaria de me reaproximar de algumas pessoas, mas a pandemia impediu. Sempre havia algo prioritário, mas será que era mesmo? O meu grande legado foi poder olhar no espelho e enxergar o reflexo de uma pessoa que tem a necessidade de se questionar a cada instante ao invés de simplesmente subir em um trem e deixar que os caminhos da vida levem ao seu destino”, completa ele.<br />
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