295
| <![CDATA[<p align="justify">LENDA N.º 01</p>]]>
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296
| <![CDATA[<p align="justify">O Cel. Diogo Martins Ribeiro Júnior, em seu trabalho “Riquezas da Ribeira de Iguape”, publicado em 1922, referindo-se a Sete Barras diz o seguinte:<br />
– Conta um antigo morador de Sete Barras, que no lugar onde está SETE BARRAS, denominava-se Gointaoga ouvido de um índio velho, a seguinte estória, na qual se explica a origem do nome atual.</p>]]>
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298
| <![CDATA[<p align="justify">– “Nos tempos em que se minerava ouro no Arraial (no Rio Ipiranga) um espanhol que lá esteve batendo nas guapiaras, conseguiu após algum trabalho, juntar muitas pepitas de ouro, perfazendo o total de vários quilos do cobiçado metal, que fundiu em sete barras de grande peso cada uma.</p>]]>
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299
| <![CDATA[<p align="justify">– Resolvendo voltar à Pátria, levando a sua preciosa carga, o espanhol descia o Rio Ribeira numa canoa, quando no pouso que fez no sítio denominado Goyntahogoa, soube que se havia instalado em Registro – SP, um posto de contagem do ouro, para o pagamento de 20% à coroa de Portugal.</p>]]>
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300
| <![CDATA[<p align="justify">– Resolvido a burlar a coroa Portuguesa, o espanhol tratou de indagar se poderia chegar a Santos, sem passar pelo registro. Para obter essa informação, desceu até a barra do Juquiá, tendo previamente enterrado nas proximidades do sítio Goyntahogoa, as sete barras de ouro, extraídas dos rios do Arraial.</p>]]>
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301
| <![CDATA[<p align="justify">– Chegando a barra do Juquiá, encontrou diversos índios que, interrogados lhe disseram que subindo pelo Y-iquiá (Juquiá) e pelo Caynhoire (São Lourenço) e Itariri, pelas cabeceiras deste último, era muito fácil de ir a praia do mar.</p>]]>
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302
| <![CDATA[<p align="justify">– Estava o espanhol resolvido a fazer a viagem por aquele itinerário e já pensava em voltar ao sítio Goyntahogoa, quando um dos índios, quando um dos índios lhe falou da quantidade de ouro existente no rio Guyrõmbyi (quilombo), no lugar denominado Tarenconcé (Travessão).</p>]]>
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304
| <![CDATA[<p align="justify">– Era porém o aludido espanhol amigo de furar sertões, e tendo notícias das ricas minas do Pedro Vaz, resolveu ir até as cabeceiras do rio Assunguy e alí entrar com o dito Pedro Vaz. Entretanto, este não consentiu que o espanhol fosse seu sócio naquelas explorações.</p>]]>
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305
| <![CDATA[<p align="justify">– Deixou então o Assunguy e foi a Goyntahogoa desenterrar o seu ouro, baldados foram os seus esforços, nunca mais soube encontrar o seu precioso enterro. Depois de seguidos dias de inúteis pesquisas, resolveu voltar à Pátria, levando o ouro do Travessão, que não era inferior em quantidade e qualidade ao ouro extraído do Arraial e até hoje enterrado no sítio Goyntahogoa, até que algum felizardo o encontre e faça a exumação desse cadáver, capaz de arredar muitos cadáveres.</p>]]>
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306
| <![CDATA[<p align="justify">– Desde então Goyntahogoa, passou a denominar-se Freguesia de Sete Barras, e finalmente SETE BARRAS “Ouro Verde do Vale”. Esta é a estória!”</p>]]>
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307
| <![CDATA[<p align="justify">LENDA N.º 02</p>]]>
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308
| <![CDATA[<p align="justify">Sete Portugueses, todos súditos de Martins Afonso de Souza, navegando pelo Rio Ribeira de Iguape, no percurso que os levaria de CVananéia à cabeçeira do Rio Etá, os portugueses, chefiados por Afonso Pires, encontraram uma mina de ouro. Firmando então um acordo, juraram confiança recíproca e partiram. Após longa viagem, instalaram-se e garimparam até encontrar o ouro, que foi repartido em sete partes e fundido em sete barras. Preparada a viagem de volta, veio a decepção, um dos aventureiros, tomado pela cobiça, fugiu com o tesouro enquanto os demais dormiam. Sua viagem rumo a Piratininga (São Paulo), no entanto, não foi concluída. O traídor não resistiu ao percurso da mata, tendo sido encontrado morto às margens do Rio Laranjeirinha. Esse outro mistério envolvendo o desaparecimento de sete barras de ouro, teria dado origem ao nome da cidade.</p>]]>
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309
| <![CDATA[<p align="justify">TERCEIRA HIPÓTESE : O Município está situado nas proximidades da barra do sétimo afluentes do Rio Ribeira de Iguape, a contar de sua foz.</p>]]>
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320
| <![CDATA[<p align="justify">Para os índios, era Gointaoga, ou na ortografia colonial Goyntahogoa. Mas vieram os brancos, e com eles a febre do ouro e a poesia das lendas. Muitas lendas se criaram sobre o ouro: as lendas das sete barras, e Gointaoga se chamou Sete Barras.</p>]]>
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321
| <![CDATA[<p align="justify">A Lei Provincial nº 28, de 10 de março de 1.842, criou o Município de Xiririca, com território desmembrado de Iguape. Gointaoga ou Sete Barras o vilarejo de mineradores passou a pertencer à nova vila. Anos depois, mais precisamente no dia 23 de março de 1885, a Lei Provincial nº 58 criava o Distrito de Paz de Sete Barras, no Município de Xiririca.</p>]]>
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322
| <![CDATA[<p align="justify">Quando da criação no Brasil do registro civil, Sete Barras teve instalado o seu Cartório de Registro, um dos primeiros do país.</p>]]>
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323
| <![CDATA[<p align="justify">E em 11 de julho de 1891, registrava-se já o primeiro nascimento: Maria, filha de Salvador Trudes de Morais e Costa, e sua mulher Anna Fermina de Sant’Anna, nascida em 25 de junho do mesmo ano. Registrava-se também a primeira habilitação para casamento civil no distrito: Custódio Evaristo da Costa e Maria Olímpia Firmina.</p>]]>
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324
| <![CDATA[<p align="justify">A 12 de agosto de 1.920 teve início a colonização japonesa no distrito. A Kaigai Kogio Kabushiki Haisha – KKKK, (Compania Ultramarítima de Desenvolvimento Comercial), além da colonização agrícola, explorava também o ouro da região, não só o garimpo do aluvião, como a Mina do Cavalo Magro, hoje propriedade do Instituto Florestal do Estado de São Paulo – Fazenda Intervales) e desativada. Voltava-se ao ciclo do ouro, e às lendas sobre o ouro. Rapazes aventuraram-se às margens do Rio Laranjeirinha e até mesmo ao Quilombo para batear ouro nos dias de folga.</p>]]>
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325
| <![CDATA[<p align="justify">Contam que um jovem japonês, bateando aos domingos nos ribeirões próximos, chegou a juntar mais de dois quilos de ouro em pepitas. O novo ciclo, entretanto, deveria acabar com a liquidação da KKKK, durante a Segunda Guerra Mundial, devolvidas as terras restantes e as instalações comerciais e industriais da companhia japonesa ao Governo do Estado, a mina foi cercada, guardada e desativada; as lendas sobre o garimpo arrefeceram, e Sete Barras voltou suas atenções para a banana, vindo a merecer o nome de “Ouro Verde do Vale”.</p>]]>
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326
| <![CDATA[<p align="justify">Em 1944, quando da criação do Município de Registro, na Comarca de Iguape, pelo Decreto Lei n.º 14.334, de 30/11/1944, o distrito de Sete Barras foi desligado de Xiririca, recebendo o acréscimo de uma parte do distrito de Juquiá, para juntamente com o distrito de paz de Registro, formar o novo município.</p>]]>
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327
| <![CDATA[<p align="justify">Poucos anos ficou Sete Barras agregada a Registro. Em princípio de 1958, um grupo de moradores locais começou o movimento pela autonomia do município. Algumas dificuldades tiveram que ser superadas, entre elas a distância da sede municipal, que a Lei fixa em 20 quilômetros; Sete Barras fica a pouco mais de 18 quilômetros de Registro. Contam que para atingir a distância mínima, a medição foi levada até a porta da matriz, superando por poucos metros o limite mínimo. Provadas as condições legais para a autonomia, foi realizado o plebiscito entre os moradores do local.</p>]]>
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328
| <![CDATA[<p align="justify">O Município de Sete Barras, foi criado a 18 de dezembro de 1.958, efetivado pela Lei Estadual nº 5.521, de 31/12/58, sendo feriado essa data para o Município, de acordo com a Lei Municipal nº 27/60, de 30/11/60. De conformidade com a Lei nº 27/60., do Município, é também feriado no dia 24 de junho, em comemoração a São João Batista – padroeiro da cidade.</p>]]>
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329
| <![CDATA[<p align="justify">Após a manifestação da vontade popular expressa através de plebiscito consoante a disposição da Lei nº 8092, de 28/02/1964, que são também as mesmas descritas na Lei nº 5.282 de 18/02/1959 ou a de 31/12/1958, lei nº 5.121, que estabelece o quadro territorial administrativo e judicial do Estado de São Paulo, o Município de Sete Barras teve sua constituição legal determinada no ano de 1.959, quando foi realizada sua primeira eleição municipal.</p>]]>
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| <![CDATA[<p align="justify">Para os índios, era Gointaoga. Para os brancos que vieram depois, era Sete Barras. “um prenúncio do Eldorado”. Para o japonês, em procura de espaço de terra, foi Canaã ou Xangrilá. Par aos setebarrenses de hoje, descendentes dos índios de Gointaoga, dos brancos de Eldorado, dos japoneses de Xangrilá, é Sete Barras o Ouro Verde do Vale, cognome adotado pela Lei Municipal nº 429/75 de 28 de novembro de 1.975.</p>]]>
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