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<i class="fa fa-angle-down fa-fw"></i> jornal de hontem novembro 2015 </div>
</div>
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<div class="panel-body">
<p>
<u><a href="http://www.apmt.mt.gov.br/site/jornal-de-hontem">Edições Anteriores</a></u></p>
<p style="text-align: center;">
<strong>“ONDE A ARENA VAI MAL, MAIS UM TIME NO NACIONAL, ONDE VAI BEM, UM TIME TAMBÉM”</strong></p>
<p style="text-align: center;">
;</p>
<p style="text-align: right;">
MORAES, Angelo Carlos Carlini de</p>
<p style="text-align: justify;">
;</p>
<p style="text-align: justify;">
Durante a ditadura civil-militar (1964-1985), o futebol foi um importante instrumento de promoção e fortalecimento do regime. Notadamente, a partir de 1969, com a criação da Loteria Esportiva, e logo em seguida, em Junho de 1970, com a conquista do tricampeonato mundial pela seleção brasileira no México, o futebol seria utilizado recorrentemente como um forte aliado na propaganda política do governo. O esporte bretão foi usado como “moeda de troca” política com a finalidade de dar sustentação aos militares em unidades da federação onde a ARENA (Aliança Renovadora Nacional) mostrasse fraco desempenho eleitoral frente ao único partido de oposição existente (a chamada oposição consentida), o MDB – Movimento Democrático Brasileiro.</p>
<p style="text-align: justify;">
;Na prática, a influência do governo na seara esportiva se dava através do inchaço no número de participantes do Campeonato Nacional, criado em 1971. Durante toda a década de 1970, gradativamente foi-se aumentando o número de clubes da maior competição futebolística nacional. Em 1978, por exemplo, durante a gestão do almirante Heleno Nunes na presidência da CBD, Confederação Brasileira de Desportos, houve a determinação de que qualquer cidade com mais de 100 mil habitantes e que tivesse estádio com capacidade para sediar jogos noturnos, tinha o direito de ter um clube na competição. Heleno Nunes era figura ligada diretamente aos militares, pois também à época fora presidente da ARENA do Rio de Janeiro.</p>
<p style="text-align: justify;">
Dentro de campo, o ano de 1979 marcou o ápice da influência perniciosa entre o regime militar e o esporte mais popular do país, originando o famoso bordão: “Onde a arena vai mal, mais um time no nacional”; o Campeonato Brasileiro daquele ano fora disputado entre 94 clubes de todo o Brasil, um recorde até hoje. E em meio a essa quantidade absurda de times, estavam os mais tradicionais times de Mato Grosso: O Mixto – o Tigre da Vargas - e o Dom Bosco – O Azulão da Colina - de Cuiabá, e o Operário de Várzea Grande – o Chicote da Fronteira.</p>
<p style="text-align: justify;">
As matérias dos jornais que compõem a Hemeroteca do Arquivo Público de Mato Grosso e que ilustram a presente edição do “Jornal de Hontem” em nosso sítio referem-se à participação dos times locais no Campeonato Brasileiro de futebol daquele ano. Enquanto a ditadura dava seus primeiros sinais de arrefecimento, cumprindo o que vaticinara o General Ernesto Geisel a partir de 1974 com a chamada “distensão lenta e gradual”, os clubes do estado preparavam-se para as rodadas derradeiras do certame nacional, contando com o apoio irrestrito e entusiasmado de suas respectivas torcidas e com a plena cobertura da mídia impressa e radiofônica.</p>
<p style="text-align: justify;">
O Jornal “O Estado de Mato Grosso” lamenta em sua edição de 08 de Novembro de 1979 que o Dom Bosco tenha sido derrotado em Minas Gerais pelo Cruzeiro depois de ter feito um enfrentamento parelho no jogo de ida da primeira fase do Campeonato que terminou empatado em 1 x 1 no Estádio Verdão em Cuiabá: <em>“Cruzeiro usou de precaução e goleou Dom Bosco: 4 x 0”</em>; na mesma página, o alerta ao Operário que jogaria contra a equipe do Vasco da Gama no Rio de Janeiro no outro dia: <em>“Operário tem difícil missão contra o Vasco”</em>. Em 13 de Novembro, em sua seção de esportes, o mesmo periódico destaca a goleada acachapante sofrida pelo Mixto em confronto realizado no Paraná: <em>“Coritiba usou a velocidade e goleou Mixto por 5 x 0”</em>.</p>
<p style="text-align: justify;">
O Diário de Cuiabá com data de 21 de Novembro de 1979 relata uma das últimas chances de classificação do Dom Bosco à próxima fase do campeonato: “<em>Azulão é a última esperança de Mato Grosso”</em>; e em 28 de Novembro, a manchete diz sobre o fato do Operário apenas cumprir tabela no fim do campeonato: <em>“Na Paraíba a última apresentação do Operário.”</em> ; ; ;</p>
<p style="text-align: justify;">
Como os critérios que definiram a quantidade de times que disputaram o Campeonato Brasileiro de 1979 não se pautaram exclusivamente pela técnica e pelo merecimento, parte da memória esportiva que ficou registrada naquela jornada, diz respeito mais às dificuldades de deslocamento dos clubes devido à imensidão do território brasileiro (houve problemas com as companhias aéreas da época para atender a demanda de passagens aéreas dos clubes), à insatisfação dos grandes clubes quanto às ingerências direta e indireta do governo na formulação e execução do campeonato e na política interna dos mesmos e à percepção clara e nítida de como a prática do futebol estava sendo manipulada para atender à conveniência ideológica do regime político em voga. Em função dessa série de arbitrariedades, houve o boicote de três grandes times de São Paulo ao campeonato: Corinthians, Santos e São Paulo decidiram por não participar do torneio; o campeão brasileiro daquele ano seria o Internacional de Porto Alegre.</p>
<div>
<strong>Jornais:</strong></div>
<div>
<a href="http://www.apmt.mt.gov.br/assets/uploads/files/Cruzeiro_usou_de_precau%C3%A7%C3%A3o_e_goleou_Dom_Bosco.pdf">Cruzeiro usou de precaução e goleou Dom Bosco: 4 x 0. O Estado de Mato Grosso, 08 de Novembro de 1979, p. 9. ;</a></div>
<div>
<a href="http://www.apmt.mt.gov.br/assets/uploads/files/Coritiba_usou_a_velocidade_e_goleou_Mixto_por_5_x_0.pdf">Coritiba usou a velocidade e goleou Mixto por 5 x 0. O Estado de Mato Grosso, 13 de Novembro de 1979, p. 8.</a></div>
<div>
<a href="http://www.apmt.mt.gov.br/assets/uploads/files/Azulao-e-a-ultima_esperanca_de_Mato_Grosso.pdf">Azulão é a última esperança de Mato Grosso. Diário de Cuiabá, 21 de Novembro de 1979, p. 8.</a></div>
<div>
<a href="http://www.apmt.mt.gov.br/assets/uploads/files/Na_Paraiba_a_ultima_apresentacao_do_Operario.pdf">Na Paraíba a última apresentação do Operário. Diário de Cuiabá, 28 de Novembro de 1979, p. 8.</a></div>
<p style="text-align: justify;">
;</p>
<p style="text-align: justify;">
;</p>
<p style="text-align: justify;">
<a href="http://www.apmt.mt.gov.br/site/para-saber-mais-jornal-de-hontem-novembro-2015"><strong>Para saber mais</strong></a></p>
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<i>Nada por enquanto...</i>
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| <![CDATA[<div class="panel-heading" style="background-color:#1A3D5B">
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<i class="fa fa-angle-down fa-fw"></i> jornal de hontem novembro 2015 </div>
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| <![CDATA[<p style="text-align: center;">
<strong>“ONDE A ARENA VAI MAL, MAIS UM TIME NO NACIONAL, ONDE VAI BEM, UM TIME TAMBÉM”</strong></p>]]>
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MORAES, Angelo Carlos Carlini de</p>]]>
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;</p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align: justify;">
Durante a ditadura civil-militar (1964-1985), o futebol foi um importante instrumento de promoção e fortalecimento do regime. Notadamente, a partir de 1969, com a criação da Loteria Esportiva, e logo em seguida, em Junho de 1970, com a conquista do tricampeonato mundial pela seleção brasileira no México, o futebol seria utilizado recorrentemente como um forte aliado na propaganda política do governo. O esporte bretão foi usado como “moeda de troca” política com a finalidade de dar sustentação aos militares em unidades da federação onde a ARENA (Aliança Renovadora Nacional) mostrasse fraco desempenho eleitoral frente ao único partido de oposição existente (a chamada oposição consentida), o MDB – Movimento Democrático Brasileiro.</p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align: justify;">
;Na prática, a influência do governo na seara esportiva se dava através do inchaço no número de participantes do Campeonato Nacional, criado em 1971. Durante toda a década de 1970, gradativamente foi-se aumentando o número de clubes da maior competição futebolística nacional. Em 1978, por exemplo, durante a gestão do almirante Heleno Nunes na presidência da CBD, Confederação Brasileira de Desportos, houve a determinação de que qualquer cidade com mais de 100 mil habitantes e que tivesse estádio com capacidade para sediar jogos noturnos, tinha o direito de ter um clube na competição. Heleno Nunes era figura ligada diretamente aos militares, pois também à época fora presidente da ARENA do Rio de Janeiro.</p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align: justify;">
Dentro de campo, o ano de 1979 marcou o ápice da influência perniciosa entre o regime militar e o esporte mais popular do país, originando o famoso bordão: “Onde a arena vai mal, mais um time no nacional”; o Campeonato Brasileiro daquele ano fora disputado entre 94 clubes de todo o Brasil, um recorde até hoje. E em meio a essa quantidade absurda de times, estavam os mais tradicionais times de Mato Grosso: O Mixto – o Tigre da Vargas - e o Dom Bosco – O Azulão da Colina - de Cuiabá, e o Operário de Várzea Grande – o Chicote da Fronteira.</p>]]>
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115
| <![CDATA[<p style="text-align: justify;">
As matérias dos jornais que compõem a Hemeroteca do Arquivo Público de Mato Grosso e que ilustram a presente edição do “Jornal de Hontem” em nosso sítio referem-se à participação dos times locais no Campeonato Brasileiro de futebol daquele ano. Enquanto a ditadura dava seus primeiros sinais de arrefecimento, cumprindo o que vaticinara o General Ernesto Geisel a partir de 1974 com a chamada “distensão lenta e gradual”, os clubes do estado preparavam-se para as rodadas derradeiras do certame nacional, contando com o apoio irrestrito e entusiasmado de suas respectivas torcidas e com a plena cobertura da mídia impressa e radiofônica.</p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align: justify;">
O Jornal “O Estado de Mato Grosso” lamenta em sua edição de 08 de Novembro de 1979 que o Dom Bosco tenha sido derrotado em Minas Gerais pelo Cruzeiro depois de ter feito um enfrentamento parelho no jogo de ida da primeira fase do Campeonato que terminou empatado em 1 x 1 no Estádio Verdão em Cuiabá: <em>“Cruzeiro usou de precaução e goleou Dom Bosco: 4 x 0”</em>; na mesma página, o alerta ao Operário que jogaria contra a equipe do Vasco da Gama no Rio de Janeiro no outro dia: <em>“Operário tem difícil missão contra o Vasco”</em>. Em 13 de Novembro, em sua seção de esportes, o mesmo periódico destaca a goleada acachapante sofrida pelo Mixto em confronto realizado no Paraná: <em>“Coritiba usou a velocidade e goleou Mixto por 5 x 0”</em>.</p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align: justify;">
O Diário de Cuiabá com data de 21 de Novembro de 1979 relata uma das últimas chances de classificação do Dom Bosco à próxima fase do campeonato: “<em>Azulão é a última esperança de Mato Grosso”</em>; e em 28 de Novembro, a manchete diz sobre o fato do Operário apenas cumprir tabela no fim do campeonato: <em>“Na Paraíba a última apresentação do Operário.”</em> ; ; ;</p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align: justify;">
Como os critérios que definiram a quantidade de times que disputaram o Campeonato Brasileiro de 1979 não se pautaram exclusivamente pela técnica e pelo merecimento, parte da memória esportiva que ficou registrada naquela jornada, diz respeito mais às dificuldades de deslocamento dos clubes devido à imensidão do território brasileiro (houve problemas com as companhias aéreas da época para atender a demanda de passagens aéreas dos clubes), à insatisfação dos grandes clubes quanto às ingerências direta e indireta do governo na formulação e execução do campeonato e na política interna dos mesmos e à percepção clara e nítida de como a prática do futebol estava sendo manipulada para atender à conveniência ideológica do regime político em voga. Em função dessa série de arbitrariedades, houve o boicote de três grandes times de São Paulo ao campeonato: Corinthians, Santos e São Paulo decidiram por não participar do torneio; o campeão brasileiro daquele ano seria o Internacional de Porto Alegre.</p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align: justify;">
;</p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align: justify;">
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137
| <![CDATA[<p style="text-align: justify;">
<a href="http://www.apmt.mt.gov.br/site/para-saber-mais-jornal-de-hontem-novembro-2015"><strong>Para saber mais</strong></a></p>]]>
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177
| <![CDATA[<div class="footer-left" style="text-align:justify;">
<address>
Arquivo Público Estadual
Cuiabá, Mato Grosso, Brasil,
Av. Getúlio Vargas, 451, Centro.
CEP 78005-600
</address>
Tel: +55 (65) 3613-1800<br/>
<span style="margin-left:4.7em">(65) 3613-1802</span>
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