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Lista com todos os sítios que foram verificados pela TIC Web Acessibilidade. Dentro de cada domínio, há informações detalhadas sobre as páginas coletadas, bem como os erros e avisos de cada uma *.

Endereço Nota Erros Avisos

www.apmt.mt.gov.br/cuiaba300/

75.99 72 66
Recomendações Avaliadas
3.11 Garantir a leitura e compreensão das informações.

Recomendações

Número Descrição Quantidade Linhas Código Fonte
3.11.2 Presença de parágrafos justificados 16 174 176 178 180 182 184 186 188 190 192 194 203 205 207 209 211
174 <![CDATA[<p style="text-align:justify">Em 1918, um grupo de intelectuais formou uma comiss&atilde;o para as comemora&ccedil;&otilde;es do bicenten&aacute;rio de <u>Mato Grosso</u>. O primeiro convite foi feito por gente bastante &iacute;ntima das letras: Estev&atilde;o de Mendon&ccedil;a (autor de &ldquo;Datas Matogrossenses&rdquo;), Ant&ocirc;nio Fernandes de Souza, Oliveira Mello, Jo&atilde;o Barboza de Faria e Philog&ocirc;nio Corr&ecirc;a. Na C&acirc;mara Municipal de Cuiab&aacute;, entre os que se ofereceram como membros permanentes da comiss&atilde;o que se formou estava o historiador Virgilio Corr&ecirc;a Filho, ao lado de quatro deputados estaduais, um federal e do intendente municipal (equivalente a prefeito) de Cuiab&aacute; Alexandre Addor. Esta comiss&atilde;o seria respons&aacute;vel por: &ldquo;confec&ccedil;&atilde;o de um anu&aacute;rio de propaganda do Estado, no qual colaborar&atilde;o todos os munic&iacute;pios; constru&ccedil;&atilde;o, em Cuiab&aacute;, de um obelisco comemorativo; cunhagem de medalhas comemorativas; exposi&ccedil;&atilde;o onde possa o Estado exibir toda a pujan&ccedil;a da sua enorme riqueza, todos os produtos da sua ind&uacute;stria e do seu com&eacute;rcio, os trabalhos das suas escolas e dos seus artistas, distinguindo com pr&ecirc;mios, embora modestos, os expositores mais em destaque&rdquo; (<em>O Matto Grosso</em>, Cuiab&aacute;, 7 mar. 1918, p. 2). Essa mesma comiss&atilde;o permanente passou a se reunir com frequ&ecirc;ncia ao longo daquele ano.</p>]]>
176 <![CDATA[<p style="text-align:justify">Em agosto de 1918, o ent&atilde;o presidente de Mato Grosso, Dom Francisco de Aquino Corr&ecirc;a, bispo de Prus&iacute;ade, sancionou a Lei n. 790, na qual se oficializava o feriado estadual e o Governo de Mato Grosso se dispunha a financiar as comemora&ccedil;&otilde;es da data fundacional do estado.</p>]]>
178 <![CDATA[<p style="text-align:justify">Na constitui&ccedil;&atilde;o da mem&oacute;ria coletiva, o que se pretendia com tal comemora&ccedil;&atilde;o era celebrar a funda&ccedil;&atilde;o da conquista do territ&oacute;rio que deu origem a Mato Grosso. Para tanto, fiavam-se no primeiro registro que comprovaria a cria&ccedil;&atilde;o dos primeiros povoados: a certid&atilde;o que noticiara o achado aur&iacute;fero do Coxip&oacute;. Esta certid&atilde;o foi mencionada pelo cronista Jos&eacute; Barbosa de S&aacute;, que datou como 8 de abril de 1719 o termo destinado a informar ao rei D. Jo&atilde;o V, de Portugal, as descobertas das jazidas de ouro. &Eacute; o pr&oacute;prio Barbosa de S&aacute; que, na segunda metade do s&eacute;culo XVIII, menciona o &ldquo;Arraial do Cuiab&aacute;&rdquo; como local de assinatura do documento. N&atilde;o h&aacute; outras fontes de confirma&ccedil;&atilde;o a n&atilde;o ser o pr&oacute;prio relato deste cronista, o qual diz ter copiado de um original nunca encontrado.</p>]]>
180 <![CDATA[<p style="text-align:justify">Por&eacute;m, sabe-se que os paulistas vinham minerando ouro na regi&atilde;o do Coxip&oacute;, desde 1716. A formaliza&ccedil;&atilde;o da situa&ccedil;&atilde;o se deu porque o governador de S&atilde;o Paulo, dom Pedro de Almeida Portugal, informou ao rei, que, por sua vez, mandou criar uma &ldquo;povoa&ccedil;&atilde;o&rdquo;, no in&iacute;cio de 1720. Al&eacute;m disso, dois arraiais mais anteriores demonstram que a ocupa&ccedil;&atilde;o come&ccedil;ou antes de 1719: S&atilde;o Gon&ccedil;alo Velho (anteriormente &ldquo;Aldeia Velha&rdquo;, e, atualmente, S&atilde;o Gon&ccedil;alo Beira Rio) e Forquilha (Coxip&oacute; do Ouro). O documento, portanto, seria uma garantia dos achados aur&iacute;feros &agrave;queles que j&aacute; os estavam explorando. Al&eacute;m disso, h&aacute; inexatid&atilde;o em &ldquo;Arraial do Cuiab&aacute;&rdquo;. Provavelmente, o rio fosse uma refer&ecirc;ncia geogr&aacute;fica, n&atilde;o o futuro n&uacute;cleo urbano. Assim, todos os s&iacute;tios margeados ou de ribeir&otilde;es tribut&aacute;rios deste mesmo rio poderiam figurar como &ldquo;do Cuiab&aacute;&rdquo;. Esta refer&ecirc;ncia estar&aacute; presente em alguns nomes de vilas ou lugares: &ldquo;Vila Real do Senhor Bom Jesus <u>do Cuiab&aacute;</u>&rdquo;; &ldquo;Santo Ant&ocirc;nio <u>do Rio [Cuiab&aacute;] Abaixo</u>&rdquo; (atual Santo Ant&ocirc;nio de Leverger); &ldquo;Ros&aacute;rio <u>do Rio [Cuiab&aacute;] Acima</u>&rdquo; (atual Ros&aacute;rio Oeste). E, no caso destas &uacute;ltimas, o Porto Geral da Vila de Cuiab&aacute; baliza o rio acima ou abaixo. Foi apenas o achado das &ldquo;Lavras do Sutil&rdquo;, em 1722, que atraiu para o C&oacute;rrego da Prainha a gente aventureira e que minerava em outras minas. Esta descoberta deu origem ao n&uacute;cleo urbano do que viria a ser Cuiab&aacute;.</p>]]>
182 <![CDATA[<p style="text-align:justify">O pr&oacute;prio autor das &ldquo;Datas Matogrossenses&rdquo; se confundiu com rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s informa&ccedil;&otilde;es da suposta &ldquo;ata de funda&ccedil;&atilde;o&rdquo; de Cuiab&aacute;. Em 1935, escrevendo especialmente para o Jornal do Commercio (Corumb&aacute;, 13 abr. 1935, p. 12), Estev&atilde;o de Mendon&ccedil;a afirmou que, sob o signo da tradi&ccedil;&atilde;o, &ldquo;o termo da funda&ccedil;&atilde;o de Cuiab&aacute;, lavrado a 8 de Abril de 1719 f&ocirc;ra lavrado no alto do morro da Prainha, sob as ramagens densas de um &lsquo;Pau d&rsquo;&oacute;leo&rsquo; secular&rdquo;. O Arraial do Cuiab&aacute;, que se referia, na cita&ccedil;&atilde;o de Barbosa de S&aacute;, aos achados no Coxip&oacute;, havia se tornado a pr&oacute;pria Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiab&aacute;. Mas como aqueles homens ignorariam um achado maior ainda nas fraldas do morro da Prainha, no pr&oacute;prio C&oacute;rrego da Prainha, a alguns metros de dist&acirc;ncia?</p>]]>
184 <![CDATA[<p style="text-align:justify">Analisar o texto do cronista Barbosa de S&aacute; nos permite escapar das amarras que consideram o documento de 1719 como uma &ldquo;certid&atilde;o de nascimento&rdquo; de Cuiab&aacute;. Evidenciam-se, antes, as rela&ccedil;&otilde;es de poder que se constitu&iacute;ram em torno de uma funda&ccedil;&atilde;o de Mato Grosso e de Cuiab&aacute;; ou ainda, de uma coloniza&ccedil;&atilde;o de Mato Grosso em consequ&ecirc;ncia da funda&ccedil;&atilde;o de Cuiab&aacute;. Em outras palavras, a conquista das terras a oeste da linha definida pelo Tratado de Tordesilhas &eacute; um processo anterior ao relatado e envolve a tomada do territ&oacute;rio ind&iacute;gena e a produ&ccedil;&atilde;o do territ&oacute;rio colonial. N&atilde;o &eacute; &agrave; toa que a funda&ccedil;&atilde;o da Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiab&aacute; s&oacute; se d&aacute; a 1.&ordm; de janeiro de 1727, dia do Senhor Bom Jesus, pelas m&atilde;os de Rodrigo C&eacute;sar de Meneses, governador de S&atilde;o Paulo, que veio a Cuiab&aacute; com este intuito. Da&iacute; a cria&ccedil;&atilde;o da C&acirc;mara Municipal, o estabelecimento de seu &ldquo;termo&rdquo; e, dentro deste, seu &ldquo;rossio&rdquo;.</p>]]>
186 <![CDATA[<p style="text-align:justify">Dois s&eacute;culos depois, um grupo com bastante influ&ecirc;ncia decidiu comemorar a funda&ccedil;&atilde;o da cidade como sendo em 1719. Talvez a magnitude do bicenten&aacute;rio e a tradi&ccedil;&atilde;o tenham feito a popula&ccedil;&atilde;o ficar com o 8 de Abril em lugar de outra data, como, por exemplo, o 1.&ordm; de Janeiro. Isso demonstra que o termo que serviu para noticiar a descoberta de ouro de 1719, no Coxip&oacute;, se tornou a &ldquo;certid&atilde;o de nascimento&rdquo; de Cuiab&aacute; por uma quest&atilde;o de interesse daqueles que o elegeram para tanto.</p>]]>
188 <![CDATA[<p style="text-align:justify">Em 1919, havia datas coincidentes. A Miss&atilde;o Salesiana de Mato Grosso comemorava 25 anos de sua chegada, sendo inaugurado, pela ocasi&atilde;o, o novo edif&iacute;cio do Observat&oacute;rio Meteorol&oacute;gico &ldquo;Dom Bosco&rdquo;, um pavilh&atilde;o para as escolas profissionais da Igreja de S&atilde;o Gon&ccedil;alo, no Porto. A Santa Casa de Miseric&oacute;rdia comemorava 100 anos de exist&ecirc;ncia; fundavam-se a Academia Mato-Grossense de Letras (AML) e o Instituto Hist&oacute;rico e Geogr&aacute;fico de Mato Grosso (IHGMT). Havia, portanto, muitos interesses em comemorar o &ldquo;8 de Abril&rdquo; por parte daqueles que estavam no poder na C&acirc;mara e na Intend&ecirc;ncia municipais de Cuiab&aacute; e pelo fato de o ent&atilde;o presidente de Mato Grosso, D. Aquino Corr&ecirc;a, ser um bispo salesiano. &Eacute; importante salientar que os membros da Comiss&atilde;o para o Bicenten&aacute;rio de Mato Grosso [e Cuiab&aacute;] foram s&oacute;cios fundadores do IHGMT, que foi fundado e presidido pelo pr&oacute;prio D. Aquino, e as reuni&otilde;es at&eacute; a realiza&ccedil;&atilde;o da comemora&ccedil;&atilde;o do bicenten&aacute;rio ocorriam na C&acirc;mara Municipal com participa&ccedil;&atilde;o ass&iacute;dua do intendente municipal Alexandre Addor.</p>]]>
190 <![CDATA[<p style="text-align:justify">Nas comemora&ccedil;&otilde;es de 1919, foram gastos Rs 534:865$799 (quinhentos e trinta e quatro contos, oitocentos e sessenta e cinco mil, setecentos e noventa e nove r&eacute;is), dos quais Rs 368:223$545 (trezentos e sessenta e oito, duzentos e vinte e tr&ecirc;s, quinhentos e quarenta e cinco r&eacute;is) em melhoramentos p&uacute;blicos. O total de gastos consumiu 9,53% de tudo que fora arrecadado em 1919. A Santa Casa de Miseric&oacute;rdia foi reformada; foi instalada a ilumina&ccedil;&atilde;o el&eacute;trica; foi inaugurada a estrada para autom&oacute;veis de liga&ccedil;&atilde;o entre o Primeiro (Centro) e o Segundo (Porto) distritos; foram inaugurados, ainda, os melhoramentos no cais do porto e no ajardinamento da Pra&ccedil;a Luiz de Albuquerque, com o lan&ccedil;amento da pedra fundamental para a instala&ccedil;&atilde;o do obelisco doado por Corumb&aacute; em homenagem &agrave; Cuiab&aacute;; foram realizadas benfeitorias no Campo de Demonstra&ccedil;&atilde;o (atualmente, Alameda &ldquo;J&uacute;lio M&uuml;ller&rdquo;, em V&aacute;rzea Grande) e na Igreja de S&atilde;o Gon&ccedil;alo. Foram distribu&iacute;dos: medalhas comemorativas cunhadas pela Casa da Moeda em ouro, prata e bronze, e obras sobre a hist&oacute;ria de Mato Grosso. Foram oferecidos banquetes a autoridades e exibidos filmes na Pra&ccedil;a da Rep&uacute;blica para a popula&ccedil;&atilde;o. No m&iacute;nimo, uma data memor&aacute;vel para as pessoas que estiveram presentes &agrave;s comemora&ccedil;&otilde;es.</p>]]>
192 <![CDATA[<p style="text-align:justify">Um s&eacute;culo depois, em 2019, a data permanece como tradi&ccedil;&atilde;o e identidade da Cidade Verde. E nesta exposi&ccedil;&atilde;o intitulada &ldquo;Tr&ecirc;s s&eacute;culos de mem&oacute;ria&rdquo;, n&oacute;s da Superintend&ecirc;ncia de Arquivo P&uacute;blico/SEPLAG pretendemos apresentar a parte de seu acervo iconogr&aacute;fico que d&ecirc; conta das transforma&ccedil;&otilde;es urbanas da cidade de Cuiab&aacute;. Junto ao conjunto de imagens, v&atilde;o os respectivos contextos que explicam como se deram os diferentes processos de amplia&ccedil;&atilde;o da mancha urbana desde seu n&uacute;cleo formado ainda no per&iacute;odo colonial at&eacute; a expans&atilde;o dos anos 1960-1970, sob o vi&eacute;s da moderniza&ccedil;&atilde;o.</p>]]>
194 <![CDATA[<p style="text-align:justify"> ;</p>]]>
203 <![CDATA[<p style="text-align:justify"> ;</p>]]>
205 <![CDATA[<p style="text-align:justify"><strong>Refer&ecirc;ncias</strong></p>]]>
207 <![CDATA[<p style="text-align:justify">LE GOFF, Jacques. Documento / Monumento. In LE GOFF, Jacques. <em>Hist&oacute;ria e Mem&oacute;ria.</em> 4.ed. Campinas: Unicamp, 1996, p. 535-549.</p>]]>
209 <![CDATA[<p style="text-align:justify">ROSA. Carlos Alberto. O urbano colonial na terra da conquista. In ROSA, Carlos Alberto &amp; JESUS, Nauk Maria de (orgs.). <em>A terra da conquista</em> - Hist&oacute;ria de Mato Grosso colonial. Cuiab&aacute;, Ed. Adriane, 2003, p. 11-64.</p>]]>
211 <![CDATA[<p style="text-align:justify">CORR&Ecirc;A, D. Francisco de Aquino. <em>Mensagem dirigida &aacute; Assembl&eacute;a Legislativa, ao instalar-se a sua 3.&ordf; Sess&atilde;o Ordinaria da 11.&ordf; Legislatura, em 7 de Setembro de 1920, por D. Francisco de Aquino Corr&ecirc;a, Bispo de Prusiade, Presidente do Estado. </em>Cuiab&aacute;: Typographia Official, 1920.</p>]]>