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| <![CDATA[<p style="text-align:justify"><strong>Por Lauro Portela</strong></p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align:justify">Erguendo-se a partir do Calçadão da Rua “Ricardo Franco”, a torre envidraçada de 14 pavimentos quebra a harmonia da paisagem urbana do Centro Histórico de Cuiabá. Situado na antiga Rua de Baixo, ou seja, rua que fica abaixo da Matriz, o Palácio do Comércio está cercado pela cristalização dos três séculos de transformações do espaço urbano da capital mato-grossense.</p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align:justify">Isso não significa que o edifício tenha alterado por si só a área de seu entorno. Pelo contrário, sua construção só é possível graças ao impulso modernizador que tomou conta da sociedade cuiabana décadas antes, nos anos 1920, com as reformas promovidas pelo então presidente de Mato Grosso Mário Corrêa da Costa. No final dos anos 1930 e início dos anos 1940, as reformas urbanas promovidas pelo interventor federal Júlio Müller transformaram a antiga Rua Poconé na atual Avenida Getúlio Vargas (algumas modificações viriam ainda, alguns anos depois com o alargamento completo da via em seu trecho entre a Rua “13 de Junho” e Avenida “Tenente-Coronel Duarte”, a Prainha). Esse ímpeto modernista está compreendido nas preocupações de Cuiabá quanto ao seu <em>status</em> político-administrativo de Capital de todos os mato-grossenses. Havia uma clara competição, então, entre a Cidade Verde e a Cidade Morena, Campo Grande (atual capital de Mato Grosso do Sul). Neste contexto, a torre “intrusa” passa a ter sua justificativa de ser historicamente, embora destoe da paisagem do seu entorno.</p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align:justify">Foi a Associação Comercial de Cuiabá que encomendou a obra. Seu arquiteto, Adyr Moura Ferreira, concebeu uma torre de estilo modernista com três faces envidraçadas e de base larga. Uma das faces, a que se volta para a Avenida Getúlio Vargas, adota o conceito de vão livre. A face oposta se ergue numa estrutura de concreto e alvenaria que conduz ar-condicionado central, tubulações, escadarias, elevadores, banheiros e fossos. Na cobertura, a casa de máquina, um belvedere e mais antena e uma estrutura de concreto que se prolonga mais dois andares. A construção coube à construtora cuiabana Civiletro e durou três anos (entre 1973 e 1975).</p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align:justify">A torre parece não ter sido pensada para se adaptar ao ambiente em que foi construída. A face envidraçada voltada para o sudoeste recebe quase o dia inteiro. Essa dificuldade térmica é expressa na alteração de sua fachada, atualmente, crivada de aparelhos de ar-condicionado e com aplicação de película nas cortinas de vidro.</p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align:justify"> ;</p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align:justify"><strong>Referência:</strong></p>]]>
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| <![CDATA[<p style="text-align:justify">CASTOR, Ricardo Silveira. <em>Arquitetura Moderna em Mato Grosso:</em> diálogos, contrastes e conflitos. 2013, 456 f. Tese (Doutorado em História e Fundamentos da Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, São Paulo.</p>]]>
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